Na vida muitas situações são cíclicas, assim como na economia e nos negócios. Crises vem, crises vão, e a palavra de ordem acaba por ser resiliência. O empreendedor deve ter em seu DNA a resiliência como característica dominante, pois empreender no Brasil é de fato um grande desafio. Impostos, taxas, normas, regras federais, estaduais e municipais, entraves de toda ordem. E para aumentar o desafio a pandemia apresenta um novo ciclo, nos trazendo nos próximos dias um novo cerceamento das atividades não essenciais.
Então vem a pergunta, como podemos nos preparar para situações como esta em nossos negócios?
As ferramentas financeiras são um poderoso aliado para criarmos planos de contingência, que permitam minimizar os estragos causados por este tipo de situação. Para começar, uma análise do custo do dinheiro é fundamental, pois no Brasil os juros dos créditos pré-aprovados costumam ser proibitivos. Para tanto é necessária uma análise concisa do fluxo de entradas e saídas financeiras para prever com algum nível de precisão as possíveis exposições de caixa da empresa no futuro e ter tempo para negociar, se necessário, linhas de crédito mais baratas com os agentes financeiros. Com isso também é possível criar provisões financeiras de obrigações futuras, principalmente as trabalhistas e previdenciárias. Essas provisões podem ser alocadas em algum tipo de conta investimento com alta liquidez para fazer frente a essas obrigações, e até mesmo lançar mão desse recurso em um momento de emergência.
Essas e outras ferramentas não resolvem uma crise, mas podem ajudar o empreendedor a atravessar esses momentos com mais segurança e ter tempo para que o seu negócio consiga, pelo menos chegar do outro lado da tempestade e ter a oportunidade de melhorar o faturamento na retomada.
Sabemos que o momento é difícil e o cenário talvez nunca tenha sido tão desafiador, mas como diz o ditado… mar calmo nunca fez bom marinheiro. Vamos em frente com muita fé, trabalho e porque não, resiliência.
Marcelo Graeff