Investimentos e fluxo de caixa em momentos ruins

Todo negócio tem seus momentos de ciclos bons e ruins. Muitas empresas enfrentam sazonalidades na demanda, na produção ou na obsolescência dos produtos/serviços. A situação fica ainda mais delicada quando a empresa possui restrições financeiras (dificuldade para financiar suas atividades com recursos próprios ou de acesso a capital externo).

Então, naturalmente surge a seguinte questão: como fazer meu negócio crescer em ciclos ruins ou durante o período de sazonalidade? A primeira coisa que pode vir à mente é: devo cortar investimentos durante esse período ruim. Por exemplo, trocar o caminhão para melhorar a logística da empresa ou reformar o escritório. No primeiro caso faz sentido a troca do caminhão porque pode melhorar a eficiência na distribuição dos produtos e reduzir gastos com manutenção. Já o segundo caso, reformar o escritório, pode esperar.

Então a empresa deve cortar investimentos em períodos ruins? Não necessariamente, mas precisa de uma profunda avaliação da recuperação da condição do seu mercado ou negócio que vamos explorar neste artigo.

Como faço se eu (sócio) não tenho mais recursos próprios para aumentar capital ou emprestar temporariamente para a empresa? Primeiro, refletir se é oportuno e o momento ideal para buscar novos sócios, mas nunca se endividar para emprestar à empresa. Outra alternativa é ir ao mercado de crédito buscar recursos, mas avaliar taxas de juros e administrativas.

E como fazer se a empresa não tem acesso a crédito (capital de terceiros)? Primeiro, ela precisará anualizar suas receitas e fazer a conversão delas em caixa. Isso vai ajudar a administrar melhor a retenção de caixa durante ciclos positivos fazendo uma boa gestão financeira (observando os indicadores de prazos de recebimentos e pagamentos), para manter investimentos necessários em períodos ruins.

A leitura das demonstrações contábeis trimestrais ou balancetes mensais podem ajudar a entender melhor a movimentação dos recursos da empresa, historicamente falando.

Para finalizar, algumas questões para reflexão:

  • A empresa possui capital próprio para investir?
  • A empresa possui acesso a capital de terceiros?
  • Qual fonte de recursos é mais barata para a empresa, própria ou de terceiros?
  • Historicamente, qual é a média anual de investimentos?
  • Tente observar em um gráfico quando ocorre o maior período de investimentos. Em períodos (meses ou trimestres) bons ou ruins?
  • Qual a expectativa de aumento da rentabilidade com os investimentos? Ela comportará o pagamento dos custos de eventual financiamento/empréstimo? Nem sempre o capital próprio é o mais barato. Reflita sobre isso e se sua empresa possui restrição financeira que normalmente impactam empresas menores, que não distribuem dividendos/lucros aos sócios, que apresentam prejuízos constantemente entre outros fatores.

José Elias Feres de Almeida

Doutor em Controladoria e Contabilidade (FEA/USP)

Professor Associado da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Visiting Professor na University of Texas at Dallas e Illinois at Urbana-Champaign e Universität Hohenheim

Board Member da European Accounting Association

Presidente da ANPCONT (Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis) 2020-2021

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